Criar uma Loja Virtual Grátis

Parte 8 da História

Parte 8 da História

Os anos de Rijkaard e Ronaldinho

2003–2008

Embora tivesse melhores propostas do próprio Real Madrid e do Manchester United, Ronaldinho escolheu Barcelona, onde poderia atuar sob menos pressão e ser o único astro. Junto com ele veio um novo treinador, Frank Rijkaard, indicado por seu compratriota Cruijff. Rijkaard viera para substituir o sérvio Radomir Antić, por sua vez contratado para substituir Van Gaal.

Ronaldinho demoraria a engrenar em sua primeira temporada devido a contusões; no primeiro turno, o time termina apenas em sétimo, com Rijkaard ameaçado de demissão. A reação viria na metade da Liga Espanhola, em que ele conduziu uma grande reação do Barça a um segundo lugar – o título ficou com o Valencia. Ofuscou até os outros reforços da temporada, que, à exceção do mexicano Rafael Márquez, não vingariam no clube: o meia português Ricardo Quaresma, o goleiro turco Rüştü Reçber e o holandês Edgar Davids. Ao fim da temporada, o elenco renovou-se, marcando-se a saída da maior parte dos neerlandeses – além do próprio Davids, Kluivert, Cocu, Reiziger, e Overmars, sobrando o técnico Rijkaard e Giovanni van Bronckhorst. Outro a sair foi o ídolo Luis Enrique, que se aposentou.

A boa fase de Ronaldinho se manteve em 2004, com ele recebendo pela primeira vez o prêmio de melhor do mundo. Com uma colônia brasileira, composta ainda por Thiago Motta, Edmílson, Belletti, Sylvinho e o naturalizado português Deco, Ronaldinho liderou um time bem entrosado em dois títulos espanhóis seguidos, em 2005 e 2006. Motta era cria do clube, onde debutara profissionalmente em 2001. Edmílson viera credenciado com sua participação em três títulos franceses seguidos do Lyon, os primeiros da equipe; Belletti e Sylvinho, por destacadas participações nos espanhóis Villarreal e Celta Vigo, respectivamente; Deco, por ser o comandante do Porto, surpreendente campeão da Liga dos Campeões de 2003/04.

Em meio ao chamado Samba Team, destacou-se também a dupla ofensiva que Ronaldinho fazia com o camaronês Samuel Eto’o (astro do Real Mallorca, mas até então pertencente ao rival Real Madrid), completados pelo sueco Henrik Larsson e o francês Ludovic Giuly (destaque do Monaco vice-campeão da Liga dos Campeões), todos contratados naquela temporada, além dos espanhóis pratas-da-casa Xavi Hernández e o jovem Andrés Iniesta. Mais jovem ainda era a promessa argentina Lionel Messi, outro a vir das bases do clube.

O auge chegou na segunda temporada, em que o Barcelona, em sua campanha campeã da Liga Espanhola, bateu por 3 x 0 o Real em pleno Bernabéu. Ronaldinho teve um desempenho tão impressionante que, tão-logo após marcar o terceiro gol em jogada individual na área adversária (semelhantemente ao segundo gol, também de sua autoria), foi aplaudido de pé pela torcida merengue. Na Liga dos Campeões da UEFA, o time chegou novamente à final após doze anos, batendo o Arsenal de virada por 2 x 1, com bastante torcida contra na decisão em Paris – o clube inglês era repleto de franceses, dentre eles Thierry Henry, além disso, Ronaldinho não teve passagem tão boa no clube da cidade, o Paris Saint-Germain.

Porém, a apagada atuação do astro na final (os gols foram marcados por Samuel Eto’o e o inesperado Belletti, em jogadas decisivas de Henrik Larsson na vitoriosa temporada 2005/06. Foram dele os dois passes para os gols na vitória contra o Arsenal na final da Liga dos Campeões.) acabaria sendo um prenúnio de novo tempo de vacas magras. Após impressão péssima deixada na Copa do Mundo de 2006, Ronaldinho não conseguiu repetir com regularidade a fase assustadora de antes. A má fase incluiu uma surpreendente derrota no mundial de clubes da FIFA em 2006, para um rival pessoal do craque, que começara a carreira no Grêmio: o Internacional. A temporada se seguiu com o Barcelona, líder no Espanhol, acabar perdendo o título para o Real Madrid. Ronaldinho, cada vez mais, cedia sua posição de destaque para Messi.

A temporada 2007/08, apesar da bombástica contratação do francês Thierry Henry, desejado pelo clube desde a anterior, foi uma repetição desta: um Barcelona apagadamente vice-campeão espanhol, perdendo a taça para o Real. Para piorar, o título foi praticamente perdido após um empate nos últimos minutos em casa para os rivais locais do Espanyol. Na Liga dos Campeões da UEFA, onde vinham bem, acabaram derrotados nas semifinais pelo Manchester United, futuro campeão. Ronaldinho e Rijkaard não sobreviveriam e acabaram deixando o clube pela porta dos fundos.

O desgaste do brasileiro também tinha motivações políticas: era amigo pessoal de Sandro Rosell, candidato da oposição no clube e que, quando era aliado de Laporta (de quem fora vice até ambos desentenderem-se em 2005 quanto à gestão), foi fundamental para trazer o craque à Catalunha em 2003. Rijkaard e outros a saírem, Deco e Edmilson, também haviam sido trazidos por Rosell.

passe para parte 9