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Parte 3 da História

Parte 3 da História

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Em 1949, também ganhou a primeira Copa Latina. Na época, a hegemonia no futebol espanhol era disputada com Valencia e Atlético de Madrid.

Desde 1950, o Barcelona já contava com o húngaro László Kubala. Kubala quase assinou pelo Real Madrid, mas o momento decisivo para mudar as suas ideias foi quando casou com a filha de Ferdinand Daučík, que esteve em contato com Josep Samitier. Em seguida, devido a esta relação, Kubala escolheu finalmente jogar em Barcelona – e seria votado, em 1999, como o maior jogador dos cem primeiros anos do clube. Em 1952, além da Liga Espanhola, outros quatro diferentes troféus em 1952: a Copa del Generalísimo, a Copa Latina, a Copa Eva Duarte e da Copa Martini Rossi. A conquista dupla da Liga e da Copa novamente viria na temporada seguinte.

Anteriormente, em um domingo chuvoso de 1951, a multidão deixou a pé o estádio Les Corts, após uma vitória contra o Santander por 2-1, recusando-se a apanhar os eléctricos e surpreendeu qualquer autoridade franquista. A razão era simples: ao mesmo tempo, uma greve teve lugar em Barcelona, que recebeu o apoio dos adeptos blaugranas. Acontecimentos como este fizeram Barcelona representarem muito mais do que apenas a Catalunha e muitos progressistas espanhóis viram o clube como um acérrimo defensor dos direitos e liberdades.

Em 1953, o clube contratou o argentino Alfredo di Stéfano, após uma exibição primorosa do jogador pelo Millonarios, time colombiano que, em excursão na Espanha, derrotara o Real Madrid por 4 x 2 em pleno Santiago Bernabéu. Mas a equipe da capital entrou na disputa: enquanto os blaugranas negociaram com o detentor legal do passe do argentino (o River Plate, uma vez que os times colombianos estavam banidos pela FIFA por jogarem em uma liga pirata), o Real negociou diretamente com o Millonarios. Di Stéfano já havia jogado três amistosos pelo Barcelona quando veio a solução dada pelo Ministério dos Esportes: o jogador faria temporadas alternadas por cada clube, começando pelo Real. O Barcelona não aceitou e deixou que Di Stéfano jogasse apenas pelo time merengue, que vivia em decadência – o rival Atlético de Madrid estava em melhor momento, possuía mais troféus e era quem inicialmente havia ligado-se aos militares.

O troco do Real Madrid três anos após perder Kubala para o Barça vinha justamente no ano em que se completavam dez da partida em que o Barcelona fora derrotado por 11 x 1 para esta equipe. Tal jogo era válido pela partida de volta da semifinal da Copa do Generalíssimo; na ida, em Barcelona, os madrilenhos perderam por 3 x 0 e o resultado surpreendente, a maior goleada dos jogos entre os dois times, seria fruto da intimidação local: o trio de arbitragem foi escalado para favorecer o Real, e policiais invadiram o vestiário do Barcelona ameaçando os jogadores caso saíssem da partida com a classificação. O primeiro grande choque entre as duas equipes seria tão escandaloso que até o Real reconheceria tal fato desta forma. A rivalidade, entretanto, só seria incendiada após a “traição” de Di Stéfano.

Últimos anos de hegemonia nacional

O efeito Di Stéfano logo seria notado: vinte um anos após seu último troféu na Liga Espanhola, o segundo, o Real reconquistou o troféu e seria bi na edição seguinte. O Barcelona entraria em incômodo jejum de títulos no principal torneio do país, só reconquistado em 1959, quando já contava, além do brasileiro Evaristo e do astro da Seleção Espanhola Luisito Suárez, com outras estrelas húngaras: os vice-campeões mundiais em 1954 Zoltán Czibor e Sándor Kocsis. O treinador era o mítico Helenio Herrera. O time já mandava seus jogos no Camp Nou (“novo campo”, em catalão) desde 1957, com Evaristo tendo estufados as redes na inauguração.

Em 1958, o Barcelona também seria campeão continental, mas de um torneio menor, a Taça das Cidades com Feiras – precursora da atual Liga Europa da UEFA. A temporada 1959/60 veria o time participando pela primeira vez da Copa dos Campeões, como campeão espanhol. O Real Madrid seguia participando do torneio por ser sempre o campeão das edições anteriores, e os dois encontraram-se nas semifinais. O Real passou à decisão com dois 3 x 1, cada um com dois gols de Di Stéfano, dentro e fora de casa.

A revanche veio na temporada seguinte da Copa, nas oitavas-de-final: em novo encontro, desta vez foi a vez do Barça classificar-se. O time conseguiu chegar à final, sob a condição de favorito contra os portugueses do Benfica, que ainda sem Eusébio, ainda não detinham de prestígio internacional. Era a grande chance do Barcelona ameaçar uma reação às conquistas do Real, justamente no torneio até então só vencido por ele.

Pois foram os encarnados quem levantariam a Taça, em uma decisão conhecida como la final de los postes, em referência a quatro vezes que os ataques barcelonistas resultaram em bolas na trave no segundo tempo, quando a partida já estava 3 x 1 (terminaria em 3 x 2), de virada, para o 

Benfica. O cenário era o mesmo Wankdorfstadion em Berna, estádio em que Czibor e Kocsis – autores dos dois gols – sofreram outra surpreendente derrota, a da final da Copa de 1954. Kocsis declararia que “Agora entendo o que ocorreu em 1954. Neste gramado pesa uma maldição contra todo húngaro que o pise” – apesar do técnico adversário, Béla Guttmann, ser seu compatriota. Czibor, por sua vez, diria que “Normalmente, um jogo assim acabaria 10×0″.

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